sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Notas de Aula - Semana 1 - Dia 4º

Tai - Biologia:

  • Taxionomia muito me agrada. Revela o parentesco. A relação. Une.
  • A sala mudou. Primeiro foi a 105. Depois a 209. Agora é a 101.
  • Vou aprender latim.
  • Canis Sapiens Tartarulga Terrificus. Será o nome do meu cachorro. Acho que será um Dálmata de pintas caramelo. Ou pretas? Decidiremos em Assembléia Familiar.
  • Ler é decompor.
  • As algas foram plantas até antes de eu nascer.


Jojó - Geografia:
  • "Existe uma palavra frequente na nova ordem mundial que é 'Otimização'."

    Incrível. Essa palavra me fodeu por quanto tempo? O medo do desperdício. Ah, se ele complementasse esse discurso. Ajudaria tanta gente. Esses caras defendem boas idéias com argumentos incompletos, péssimas idéias com ótimos argumentos, idéias incompletas com bons argumentos, ótimas idéias com péssimos argumentos. Eu não cedo mais. Eu não vou me adaptar. O vestibular que se parta. Eu não vou me deixar partir.

  • Esse cara é um filho da puta muito sincero e seguro. Teremos boas conversas. Eis-me um aliado, acho.

  • Esse cara se permite. Eis-me um aliado.

  • "Corrida armamentista" - isso me lembra do Som, artesão amigo meu. Ele me disse algo como "Cara, não é todo mundo que vive nesse termo. Não é fácil viver no termo. Nessa proposta de arte. Eu decidi viver assim e assim eu estou. Eu acabaria sendo um psicopata, um ignorante se eu cedesse ao que me pediam. Mas não. Pode mostrar todo teu poder bélico. Eu não quero. Ninguém nasce armado. Tu não nasceu armado. Eu não nasci armado. Por que vou-me armar, então? Vou vivendo no meu termo, vivendo minha arte."

    Sim, Som é um artesão que taxamos de "hippie", que confundimos com mendigos, com marginais, dos quais temos medo, aos quais não damos atenção e contra os quais nos munimos de preconceitos. Digo "nós", mas já não me incluo aí. Conversem comigo, acompanhem-me à praia. Vejam-me fazendo uma compra, entrando numa loja. E permitam-se.


Carlton - Biologia:
  • "(...) pontes de Hidrogênio, que os químicos preferem chamar de interações, ligações de hidrogênio. Mas para mim tanto faz, eu não sou químico. " - isso dito com um sorriso de escárnio/ironia no rosto.

    Rótulos, competição, caixinhas, pouca sinceridade. Ê lai-á.


Damião - Matemática:

(Não assisti a essa aula. Estive só de corpo presente. Fiquei a ler.)



Daniel - Física:
  • O mundo carece de... não ouso completar a frase.


Pontes - História:
  • Engraçado que taxamos de imperfeições absurdas as mazelas do passado e teimamos em não nos permitir enxergar as contradições atuais. Muito se reclama da escravidão, do mercantilismo, da exploração colonial, dos desrepeitosos preconceitos que se impregnavam à sociedade. Mas, uma pergunta que descabida e fora de propósito parece, faço: quando o pedinte - criança, jovem, adulto, idoso; aleijado ou são - pede-lhe esmola, o que respondes? Quais as exatas palavras? Por que elas? Sabes? Percebes? Olha-o nos olhos enquanto fala? Olha-o ao menos? O que o pedinte é para você?

  • Tenho medo dos profissionais que seremos no futuro. Digo "nós", mas já não me incluo aí. E não me incluo não por acreditar ou ter a garantia de que serei um excelente, íntegro, responsável, ético, rentável, justo profissional. Mas, sim, pela certeza plena de que não o serei. Mais que isso, sequer "profissional" serei. O vestibular que pretendo prestar, o curso no qual pretendo estudar, o diploma que almejo são apenas o meu leve "ceder" às imposições mercadológicas. É uma consessão, para que não rompa de vez com todos os paradigmas, taxem-me de louco e passe a viver como meu amigo Som.

    "Mas louco é quem me diz e não é feliz."

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