quinta-feira, 26 de junho de 2008

Investindo na Bolsa de Valores - Dia 3º

(Último dia de curso. Muito bom. Não vou sentir falta.)

Dia 3º

  • Tendência não é sentimento. Não é para ser.
  • Isso é bem diferente de pôquer.
  • Isso é investimento. É dinheiro sobrando. Não põe o pão na mesa.
  • Preciso de vários 10 mil reais e, quem sabe, terei um milhão antes dos 60.
  • Abrir conta na xp.
  • Estratégia Altista / Estratégia Baixista. Escolheram mal esses nomes...
  • Caramba, comi feito um animal.
  • Malditos. Escreveram o Ezequiel do meu nome como 'Ezequieu', no certificado.
  • Citação final: "Investir quando se tem pouca ou nenhuma base de conhecimento costuma resultar em grandes prejuízos." - Thomas Stanley, em O milionário mora ao lado.
  • Por minha conta: "Hoje em dia os garotos querem saber de se drogar, cheirar cocaina, etc. Na minha época, a garotada queria saber de cheirar periquita. Isso sim é droga. Fica doidão." - Reginaldo Rossi.

quarta-feira, 25 de junho de 2008

Investindo na Bolsa de Valores - Dia 2º

(Notas do segundo dia. Foi repleto de informações técnicas. Mas eu não deveria tomar nota delas, deveria?)

Dia 2º

  • O pregão só começa às 10h e é possível fazer negociações pelo msn. Caramba, só falta música e pornografia.
  • Meu irmão, isso é dinheiro. Bateu o medão agora.
  • Embora eu não saiba comparar, isso me está lembrando pôquer.
  • Tenho que melhorar meu pôquer.
  • Tendência é sentimento. Não sei bem por que escrevi isso.
  • Quanta engenhosidade nos rescursos de construção de gráficos. Interessante.
  • Devia ter detonado mais no coffe-break. Fui conversar...
  • Ouvi dizer que o palestrante tem 100% do seu capital investido em ações. O cara não deve ter nem o trocado para dar para o flanela que cuidou do carro. Acho que por isso que o vi sair de carona ontem.
  • Confiar no taco. Confiar no taco.

terça-feira, 24 de junho de 2008

Investindo na Bolsa de Valores - Dia 1º

(Aqui estão as notas que tomei no Day One do Curso. Agradeçam-me depois por mudar a vida de vocês.)

Dia1º

  • "Ter estratégia e segui-la com disciplina" - Nice! Fudi-me.
  • O f.d.p do palestrante é dentista e professor universitário. Acho que isso me persegue...
  • Não é calote, a xp existe.
  • Informação é o que há, vou dar palestras um dia.
  • Na apresentação inicial, escreveram "tranquilidade" sem trema mesmo. Ou erraram ou o negócio é atual... gostei.
  • Abrir conta na xp ou dominar o mundo sozinho?
  • "Foco", isto é, "Core Business". Puta termo legal.
  • Saudades da Prof.ª Laura. Devia ter dominado Probabilidade I, não bombado.
  • Maiores riscos, maiores ganhos. A vida em uma frase.
  • Para onde vai o dinheiro da Caderneta de Poupança? Financiamento Imobiliário. Remuneração: 8,5% a.a. Saudades do Feudalismo...
  • O que é Taxa SELIC? Taxa que remunera os títulos do Governo. Remuneração: 11,25% a.a (mas tem o IR...).
  • "Depende da Inflação!" - Neguinho matou a pau na resposta.
  • Para pensar depois: "Limpar a bunda com dinheiro"; "Investir no Sri Lanka"; "Lubrificar a roda com riscos - arriscadamente ela gira, mas gira".
  • Informação é o que há. Conhecer antes de falar mal, isso é importante.
  • Por que abrir uma empresa se o Governo me dá um retorno maior? O retorno! O retorno é importante! Nunca perder um retorno.
  • O amor não é maior que a vida, mas é pau a pau. Ficar sempre de olho no retorno!
  • Tomar cuidado com os profetas do apocalipse.
  • Para pensar depois: "Medos e ganâncias num gráfico de eletrocardiograma Vs. Economia".
  • De fato, nos últimos anos o Brasil descobriu a Bolsa. Mas do jeito que a negada é, não dispensa nada, daqui a pouco passam a mão.
  • 6 bilhões negociados por dia. Muito dinheiro. Muita gente. Isso é importante.
  • Eu vou ter um treco. Informação é o que há.
  • Eu vou ter um treco. Preciso de 10 mil reais. Vou ter um milhão antes dos 30.
  • Vou investir na Monstros S.A.
  • O retorno!
  • Meu vocabulário vai ficar show depois desse curso.
  • "Book Building" - ai meu vocabulário...
  • Capitalismo rocks! Posso voltar a comer no McDonald's.
  • Ele tomou o cuidado de dizer "... isso faz a diferença entre o sucesso e o não-sucesso". Devagar com a dor. Devagar com a dor.
  • Não entendi a parte de vender o direito. Soa... escroto.

Investindo na Bolsa de Valores - Intro

Hoje foi o 1º dia, de um total de 3, do curso "Aprenda a Investir na Bolsa de Valores", oferecido pela xpeducação, na sala de eventos Topázio II do Hotel Blue Tree Premium. Não precisava especificar tanto, mas soa chique. Deixa assim.

Tomei conhecimento desse curso, por mais incrível que possa parecer, por meio de um panfleto entregue quando estava parado num semáforo. Eu nunca vi ninguém achar útil panfletos entregues em semáforos. Nunca vi ninguém dizer "nossa, vou guardar, tava procurando um desses" com relação a algum produto oferecido em panfletos entregues em semáforos. Sempre os guardei devidamente amassados em bolinha dentro do carro depois de constatada a inutilidade, para jogar depois no lixo. Mas a regra se quebrou para mim. Assim que o recebi, esse panfleto foi parar dobradinho, bonitinho na minha carteira. Alguns dias depois, sem pesquisa prévia sobre o curso, o hotel, ou a instituição (xpeducação), inscrevi-me. Hoje foi o 1º dia.

A fim de compartilhar os conhecimentos assimilados e minhas impressões durante as palestras, transcreverei integralmente minhas anotações aqui para o blog. A julgar pelo Post "Temas", sabe-se que sou bom com anotações. Comprovar-se-á.

sexta-feira, 20 de junho de 2008

Eu jogo FreeCell

FreeCell é um joguinho admirável. Acho que quem se dá ao trabalho de aprender e tentar terminar ao menos um jogo (um "jogo" é uma possível combinação inicial de cartas - o Windows oferece um milhão e dois jogos, numerados de -2 a 1.000.000) certamente fica muitíssimo grato consigo e... ia dizer "não consegue mais parar de jogar", mas isso com certeza não é verdade. Mas é um joguinho admirável sim.

Os jogos mais difíceis exigem saídas mais inusitadas; os jogos medianos, que não se percam de vista as jogadas fáceis não-evidentes. Os fáceis são fáceis - com paciência, mesmo os mais inexperientes podem dar conta do recado e carimbar a vitória. O problema é quando se empaca num jogo difícil e a coisa vira pessoal. Fica quase que sem remédio por um bom tempo. Há de se ganhar tão somente pela insistência, pois o excesso de cautela faz com que se evite as tão necessárias jogadas mais arriscadas.

O bom dessa minha visão do jogo é que confortavelmente me permito jogar do jeito que mais gosto: fingindo que sei o que estou fazendo. Funciona quase que perfeitamente com os jogos de nível médio e fácil, e, com um bocadinho de sorte, nos difíceis e dificílimos. Foi esse o caso do difícil 35254, que me proporcionou momentos de reconhecida satisfação.

Para que se tenha idéia, eu ter vencido esse jogo me rendeu um milhionário prêmio imaginário em barras de ouro, a possibilidade de escrever asneira ilimitada num tópico de discussão sobre o jogo e me promoveu a moderador da comunidade "Eu jogo Freecell !" no orkut. (Certo, acho que inventei um prêmio a mais aí...) Para entender melhor, eis o referido tópico.

Se joga, participa da comunidade! Não é à toa que ela se chama "Eu jogo Freecell !".

Agradeço a Nathalia Gouveia, dona da comunidade, pelo bom humor, e à rapaziada pela interação.

"That's it, Fox!".

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Questões métricas

Numa antiga troca de recados com um velho amigo, lembro que brinquei desgraçando um pouco os versos de Pessoa. Andava meio desesperançoso, daí escrevi: "Tudo valer a pena quando a alma não é pequena é balela. Da mesma forma que o coração é aproximadamente do tamanho de um punho fechado, a alma é exatamente do tamanho de dois punhos fechados na vertical, um em cima do outro. Não sei onde que ela fica, mas cabe numa lata de Pringles". A resposta que recebi dizia algo como "deixe as questões métricas de lado e faça o que você acha que é certo". Sábio Mário Helder.

Mais recentemente, conversando com o Caio (do o Ocaiocaiu), veio-me outra com a mesma entoada: "Tudo vale a pena quando a alma não é pequena, e a minha é das que vem no casco maior, 600 ml". Muito prontamente, ele rebateu: "só tem que retornar após o uso, foda isso". É um fela... Fantástico.

***

(Isso seria um outro post, de nome "Questões métricas II" ou "Uma carta para ninguém".)

O amor não é maior que a vida mas é pau a pau. Então, se um amor é deixado de lado com o pretexto de viver, meu caro, é bom que se viva sem olhar para trás (ou só olhar pode? Se sem maiores ponderações, talvez).

Para os já iniciados na arte de seguir adiante (ou "let it go", "move on", "bola pra frente"), o que escrevi acima pode parecer demasiadamente piegas (quase tão piegas quanto a palavra piegas), mas me é sincero e verdadeiro.

Legal pensar o jeito que fica ao contrário: a vida não é menor que o amor, mas é pau a pau. Então, se o viver é deixado de lado com o pretexto de amar, é bom que se ame sem olhar para frente. Bizarro. Ou seria "é bom que se ame olhando para frente"?

Deixa pra lá, pra frente agora só a bola.

Com amor,
th.

Touché

Rf. diz:
to lendo a da minhoca
Rf. diz:
perai
Rf. diz:
mah
Rf. diz:
toda vez que tu arrancou uma folha duma ávore tu pensou que tava desmembrando ela?
th. diz:
eu evito arrancar folhas de árvores
Rf. diz:
pq?
th. diz:
porque toda vez que arranco uma folha duma árvore penso que estou desmembrando ela
Rf. diz:
ah tá
Rf. diz:
u.u
th. diz:
tuchê
th. diz:
ou algo assim...

sexta-feira, 13 de junho de 2008

A minhoca que matei

Era noite em Campinas. Saía eu tarde da faculdade. Dia cheio, cabeça cheia; ruminava idéias trágicas sobre a arte de viver a vida*. Verdade é que, há não muito, um passarinho confindeciara-me com a própria vida algo que muito me pareceu importante; algo que bem poderia servir para contra-balancear a angústia que me abatia, mas assim não se deu. Estranhos são os trejeitos da natureza, pois, como se eu precisasse e isso lhe importasse, o mundo animal reservara-me mais uma boa lição. O título denuncia, agora quem papoca é uma minhoca.

Voltava para casa. Ia por uma ruela escura. Cabisbaixo, enxerguei um pequeno graveto no chão, três passos a minha frente. Pensei em nada. Acho que o reflexo patelar falou mais alto e minha amargura só consentiu: "Vai... chuta o filho da puta". Calibrei a canhota. Fiz carreira. Frau! Algo de errado. Senti meu pé escorregar por cima do graveto que, com todas as minhas forças, eu queria era ver rodopiando no ar rumo a Marte. De imediato, virei-me com o espanto de quem tem o mínimo de amor próprio necessário para não sequer cogitar imaginar um pedaço de quase nada da possibilidade de se deixar barato errar o endemoniado do chute que durante três poucas passadas lhe foi toda a razão de existir. "Volta... chuta o filh...". Pensamento interrompido.

Como já se sabe, era uma minhoca. Surpreendi-me. Daí os cosmos, Deus, o universo, aquela patota toda se fez de novo. Mas dessa vez a fatalidade se fazia mais dramática; a minhoca estava ali feito um papel molhado, tatuada no asfalto, porque eu a matei. Morte, gente. Coisa séria. Não, na verdade não, não me atenho a morte em si - porque pequeninos animais a gente mata até querendo (e se fosse eu escrever um texto para cada traça e mosquinha de banheiro que mato, quantas postagens diárias esse blog não iria ter? Resposta: no mínimo 3, em média.) -, o relevante é o exercício do poder.

A morte do pombo se deu por pura e simples obra do acaso; eu vi, solidarizei-me e escrevi um texto - sei que em algum lugar ele deve estar arrulhando e cagando feliz e agradecido. A da minhoca, por puro e simples engano meu; eu, frustrado e sem motivos, fiz
o que fiz, sem querer, e isso não há como ser desfeito. Fico pensando se ela também não estava em regressa trajetória para o lar, tão problemática quanto a minha, mortificada por suas anelídeas questões, quando resolvi chutá-la. E este é o ponto: se éramos iguais em vida, o que me faz ser maior e melhor? (Olha só, acabo de matar um mosquitinho que se atreveu pousar na barra de espaço.) O fato é que simplesmente sou. E isso me permitiu lhe tirar a vida como quem chuta um graveto (exatamente assim). Pode parecer uma idéia pequena, mas não, e é justamente disso que ela trata, escala. Do diminuto ao mais grandão, estamos todos no mesmo barco, o que nos difere é quem pode chutar ou ser chutado.

Quando deixei de fitar a minhoca, olhei para o alto como se procurasse o que viria por fim amassar-me também. Enfim, se aqui escrevo, é porque nada veio. Sou muito agradecido por isso. No restante do percurso, não lembro se busquei desviar de todo e qualquer suposto graveto que me cruzasse o caminho. Ou se chutei todos eles.

*Assim dizendo, até parece que eu tenho problemas grandes além da conta. Não, não. É que sou reclamão; problemas cotidianos já me são grandes além da conta.

quarta-feira, 4 de junho de 2008

O passarinho que vi morrer

Tinha umas coisas minhas para resolver no centro de Campinas e lá vagava eu numa tarde do ano passado. Era uma bela tarde, lembro. Mas eu carregava comigo toda uma carga de pensamentos potencialmente desagradáveis; o sol brilhar bonito não era suficiente. Sim, ele brilhava, e todo o cenário também conspirava para que minha caminhada não fosse tão sofrida - embora fosse; andava eu por uma rua não asfaltada do Cambuí, bairro nobre, cheia de prédios bonitos, arborizada, movimentada, com suas padarias e restaurantes.

De longe reparei num poste que distoava um pouco da terápica paisagem. Parecia um asteriscão, um pin head urbano, um tacape gigante, tantos eram os fio que chegavam nele. Um "Nossa, que... que... feio" me atravessou a mente e logo voltei a remoer de leve minhas idéias sofridas.

Quando passava perto do poste, ouvi um "brzzzzt" vindo do alto. Sem pânico, reagi com procedimento padrão de quem acha que algo vai lhe cair na cabeça. Encolhi o ombros, afundando a cabeça um bocadinho, franzi a testa, fiz careta e balbuciei um "aiaiai". Num nada de tempo, caiu bem ao meu lado, entre a calçada e um carro, a verdadeira vítima do dia. Digo verdadeira porque foi um pombo quem se estorou todo num fio elétrico, não eu.

Um misto de emoções então me percorreu a alma; senti-me iluminado. Parecia que eu já sabia de tudo aquilo. Desde o momento que eu avistei o poste. Desde o momento que sai de casa tristonho. Juro, acho que vislumbrei por alguns instantes o funcionar de todas as coisas. Os cosmos me derramaram o entendimento. O universo me permitiu vislumbrar parte de suas linhas mal-traçadas. Vi os planos de Deus. (Exagero?). Sorri.

Eu estava ali de pé, o pássaro não - ele dava agora dois espasmos ou três. Eu estava amargurado. Vai saber quem se o pombo não estava aproveitando aquele dia ao máximo? Pensei na família dele. Pensei em para onde ele ia, de onde vinha. Pensei na minha família. Pensei em de onde eu vim, para onde eu ia. Para ele, tudo em vão. E eu continuava ali de pé.

Olhei em volta para ver se alguém mais tinha presenciado o óbito do pobre animal. Mas não, só estava eu ali parado, só eu vi, só eu fazia parte daquilo. O carro do lado dele, quando saísse, se desse ré, esmagaria o infeliz. Agachei. Ensaiei um movimento para trazê-lo mais para perto da calçada, mas recuei. Não queria sujar as mãos. Pombos são sujos, já me disse alguém. Estranhei meu egoísmo, mas "ele já está morto mesmo" e "cara, é só um pombo" me convenceram que não havia mais nada a ser feito.

E continuei ali sorrindo. Depois saí.