sexta-feira, 29 de agosto de 2008

N. de A. - S. 4 - D.1º (Parte 2ª), D.2º, D.3º, D.4º

Andes - Geografia:

  • "Mapas temáticos" - entre vários, havia o "Batimétrico". Ph me cutuca: "Ó o mapa do Batman". "O mapa do Batman ali, ó". Comédia, "Tô ligado, é tipo o mapa da bat-caverna, né..." digo.

    Mas inevitavelmente começo a matutar. O batman só é batman e tudo vira bat-coisas em referência a 'bat', 'morcego' no inglês. Morcegos vivem em cavernas, regiões profundas. E, sim, o mapa batimétrico serve para representar profundidade. Certamente o morcego anglo-saxão recebeu o nome 'bat' por este estar relacionado àlguma característica sua - no caso, o hábito de viver em ambientes profundos e com pouca luminosidade, suponho.

    Etimologia não é coincidência; as palavras, os nomes não são montados ao léu.

    Trigonometria nada tem a ver com trigo, mas bem poderia, não?

  • "Fortaleza, que fica a 2º 46' ao sul da linha do equador..."

    Olho para trás e digo para o Ph "égua, achei que era 3º 23'...". [E de fato achava; esse número me ficou na memória desde época do colégio, e sempre recorri a ele para justificar as chuvas, a quentura e o não-horário de verão daqui (conversas pelo sudeste...)]

    Não demora muito, Ph vem com a sátira. Mãozinha no queixo como de quem está pensando, solta: "Égua mah, 2º 46'... achei que era 3º 23'... Ah, se bem que tem o movimento das placas tectônicas...".

  • Questão sendo resolvida no quadro, algo sobre um passeio de barco numa rota triangular. Norte-Sul, perpendicular para lá, 30º para cá. Contaral.

    Ph comenta: "Égua mah, questão de matemática isso aí... Geografia só por que tem rio, é? Daqui a pouco, na prova de Biologia tem lá: 'Um animal se reproduzindo a 50 km/h...' ".

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Cocada - Biologia:
  • Um pedaço de gravura bonita. Isso dá o quê? Já tive problemas com isso antes. Na época do caderninho. Eu encontrava uma "situação" notável e não sabia o que fazer dela. Texto? Versos? Música? E me doia.

    Mas peguei a manha. E é fácil. Basta não interferir.

    Inaugural vai ganhar mais um novo irmão.

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Titanic - História:
  • "Mulher e amantes, juntos, amarrados e jogados ao rio" - Não queria tomar nota disso. Dá poesia. Sim, dá. Mas não minha.

  • "Empalado."

    Triste imagem.

    Que tal "empalavrado"? Aí, sim. Morreria era duas, três vezes. Se mais, melhor.

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Tai - Biologia:
  • Desde já peço desculpas pelo linguajar. Mas foi assim que aconteceu.

    Falou-se de sanguessugas. Veio-me dúvida sincera. Dúvida com relação a terapia usando sanguessugas. Porque tem esse lance de não sentir a dor e tudo mais. Daí veio-me outra. E uma sanguessuga na língua? Deve lesar bastante, músculo, mó vascularizado e tal. Outra idéia me veio, mas não dei atenção. Nem precisou, no que comentei dessas duas perguntas que faria ao professor, Ph de sobressalto: "Eeei mah, imagina no pau!?". Eu, "Hehe, pois é, até pensei nisso também... Vixi mah, o pior é que tem os corpos cavernosos, a ereção depende da boa vascularização... Maaacho, a sanguessuga vai chupar sangue pra caralho! Eita! Pra caralho!!".

    Não deu outra. Fui tirar as três dúvidas com o professor. Com direito a trocadilho final e tudo.

terça-feira, 26 de agosto de 2008

Notas de Aula - Semana 4 - Dia 1º - Parte 1ª

Tomé - Biologia:

  • "Útero não-gestacional possui cerca de 50 g; cabe na palma da mão." - Poesia. Ei-la:


  • Quatro versos (título provisório)


    tocar-te-ei o útero com as mãos

    não com as minhas

    mas com as do filho que é teu

    e meu


domingo, 24 de agosto de 2008

Notas de Aula - Semana 3 - Dia 5º

Athos B. T. Skyler Ripilica - Química:

  • Mais uma para coleção. O nome do professor é o mesmo da marca de camisa que estou a usar.

  • "Assimilar o macete". Perdoem-me a indecência. Não confundir com "se melar com o cacete" ou "amaciar o...". Que feio.

  • Polimerização e o surgimento da vida, eu e a praia, eu e o mundo, a história e o passar do tempo, o feijão e o arroz, aquilo que importa e aquilo que está lá dentro, a tartaruga e o panda.

    Aquilo que não depende de nós.

  • Estamos no meio do caminho. Ou no começo. Pretenção é uma cilada. E o mundo não vai acabar. Mal começou.


Golias - História:
  • "Qual o marco pessoal? Qual o grande marco, o grande momento que determinou que não mais se discutiria o Feudalismo? "

    Vontade doida de gritar lá de trás "A queda do muro de Berlim!".

sábado, 23 de agosto de 2008

Notas de Aula - Semana 3 - Dia 4º

Jojó - Geografia:

  • Lembro uma situação em que uma amiga se quis fazer cupido. Quis dar pitaco. Fazer-se de informada. Fazer-se de informante. Isso nunca sai legal. Ser confidente dá status parece. Pv bem soube traduzir esse querer tão recorrente - era-nos uma amiga em comum a da ocasião: "Tem gente que gosta. Eu prefiro dançar forró", disse. E é bem por aí mesmo. Eu prefiro jogar frescobol.

    (Editado) Putin, putin. Podendo fazer tantas outras coisas. Deve ter tanto livro russo legal pra ler. Tanta coisa legal pra fazer no gelo.

  • A gente cede porque tem medo. A gente se adequa porque acha que infelizmente é necessário. A gente segue a correnteza primeiro porque é forte demais. É difícil nadar contra, mas repare que passaste a nadar com ela. Coração endurecido. Levantaste a bandeira a contra-gosto, entanto agora vê tudo com malícia e sorri com raiva enquanto ela tremula no ar.

    Por que parar de contestar? Por que parar de fundamentar-se, de sentir, de questionar? Buscar os porquês das coisas é o que há. Ou machuca?


Pontes - História:
  • "Ilustríssimos, quem foi que descobriu o ouro no Brasil?"

    Bateu-me uma vontade doida de gritar lá de trás "Pedro Álvares Cabral!".

  • Há interessantes momentos nas aulas do Pontes. É quando ele diz "anote aí". Um mar de cabecinhas atentas mergulha nos cadernos e ainda mais atentas despejam pelas canetas o que lhes escorre dos ouvidos.

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Um post para ninguém

Tem horas que os dias passam despercebidos.

Notas de Aula - Semana 3 - Dia 3º

Selton - Química:

  • "Uma formiga no Castelão" - Legal. Não sei o que dá.


Vadio - Literatura:
  • Bem sabem.


Titanic - História:
  • O mal da disputa política; O mal de toda forma de disputa. Nego toda forma de compet... thiaguinho, querido, mas tu só fala mal, só chuta o balde, faz só do que quer e não participa? Vota em branco, é? Aguarde...

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Notas de Aula - Semana 3 - Dia 2º

Sem anotações.

terça-feira, 19 de agosto de 2008

Notas de aula - Semana 3 - Dia 1º

Carlton - Biologia:

  • "A febre..." - Poesia.
  • Genes inativos e aquilo que não somos - Prosa poética?
  • Dna lixo e a vida que levamos - Prosa poética?
  • Hoje eu dormi a aula toda... não prestei atenção em nada - Poesia.
(Essa anotação última não fui quem fiz. Foi-me um presente do meu caro amigo-parceiro-colega de todos os dias, raphael. Grande fanuelino, ponta-esquerda, camisa 7, conhecido também como Alexandre pHato. Fiquei muito feliz com a brincadeira. De fato tenho cochilado um pouquinho quando convém. Nota: comprar cadeado para caderno... )

sábado, 16 de agosto de 2008

Desconcerto

"coincidência: simultaneidade de dois acontecimentos; concordância; justaposição; identificação de duas ou mais coisas; acaso"


Não há por que muito matutar, não há jeito. Ao fim a lógica se rasga e os sentimentos nos traem. Resta a escolha. Acreditar, ter certeza, duvidar. E cada um é na verdade a mescla dos outros dois.

O conceito de simultaneidade ganha importância e 'coincidência' enquanto palavra perde força. Perde a carga esotérica. Pois significa tão somente que acontecimentos se deram em simultâneo.

O importante mesmo é o que se faz delas. Das coincidências. Elas sozinhas não fazem nada. Elas nos são o cenário.

Segundo meu conceito de simultaneidade, coincidência é o acaso; e o acaso enquanto agente transformador é na verdade uma personagem cega, surda e louca. Fala, mas ninguém entende direito.

Acontece com 'coincidência' algo similar ao que se dá com 'praticamente'. Quando algo é 'praticamente' impossível de ocorrer, fica-se com a idéia de que seja 'quase' impossível. Mas, não, trata-se de algo impossível de acontecer 'na prática' - não ocorre é de forma alguma. 'Coincidência' tem distorção análoga - ora 'incrível', ora 'mera' - e não sei qual que é a verdadeira.

Meus amigos, sobram búzios e cartas e velas no mundo que tentam entender por que assim é que se dá... e eu tento também - procuro na palma da minha mão e nos capilares dos olhos, nas melodias que sinto e ouço, no cheiro de tudo, no gosto do beijo e na memória... ah, na memória...

Não há mesmo jeito, tudo é coincidência e discutir isso é uma grande bobagem. Simultaneidade é uma imposição forte demais. As coisas acontecem e isso basta.

Nada é coincidência. "Sejamos todos clandestinos em nosso ser e íntimo pensar. Há mais sinceridade nas coisas que não se permite." Escolhi o vermelho-sangue, deram-me um um verde bonito. Verde das ervas-finas. Verde como a esperança. Verde como a esperança.

Segundo meu conceito de simultaneidade, coincidência não é puro acaso; longe disso - somos traços e rabiscos. Imagens e semelhanças que por igual ensaiam dos seus também. Rascunhos descontentes.

Muito preguei que as coisas sempre aconteciam da melhor maneira possível e só não nos dávamos conta disso. Foi um achado. Atirei no que vi, acertei no que não vi - se é que isso é uma coisa boa. Na época, traduzia um otimismo bobo e sem fundamentos teórico-práticos; era meu modo dizer ao mundo que eu estava contente com a vida que levava. E quando não mais estive, para onde foi a bonita frase? Neguei-a. "(...) acreditar que as coisas acontecem da melhor maneira possível é um clichê agradável que não me consola mais, mas que respeito." De fato, "Narciso acha feio o que não é espelho". Mas agora não mais. Sim, elas acontecem da melhor maneira possível. E justifico como puder. Com paixão para os céticos, com ripidez para os namorados, com embasamento científico para as crianças. Com crença, certeza e dúvida para mim.

Notas de Aula - Semana 2 - Dia 4º

Jojó - Geografia:

  • Enxergo uma brecha. Desregulamentação - é o que se prega agora, para que se conserve e intensifique o que já está. A história se repete como dizem e eu já enxergo o fim, um fim, por uma brecha eu vejo. A história se repete e diz que o trunfo final dos que cairão, a última cartada, em verdade é o trunfo primeiro dos que hão de ascender. Desregulamentação. Enxergo uma brecha.

  • O mal das licitações; O mal dos padrões; "Euestoupagando!". Não me rendo mais. Não vou me adaptar. Não vou ceder nem me adequar. Como já bem escrevi em notas perdidas: "nunca, nunca mais viver no piloto automático. Tudo tem uma razão de ser; cada palavra falada ou escrita. Cada gesto, cada erro. Nunca mais levar com a barriga sem propósito. Tudo tem uma razão de ser. Não é por convenção. Não faço mais nada por convenção. Nunca, nunca mais viver no piloto automático."

  • Entendi Gandhi.

  • Muito bom. Ótimas idéias, ótimos argumentos. Falta-lhe a obra.

  • Crescimento econômico é parâmetro de progresso por quê? Isso daria mais um texto do tipo "Sim ou Não, Justifique".


Pontes - História:
  • Os vícios e expressões denuciam-nos o íntimo pensar. "Petróleo, petróleo, petróleo, petróleo. O petróleo permitiu que Putin colocasse a Rússia em seu devido lugar." Lugar bastante devido, vê-se. Onde possa se impor, mandar, desmandar, oprimir. Isso não é lugar devido para ninguém. De novo, lembra-me Som ("Pode mostrar todo teu poder bélico, eu não quero. Ninguém nasce armado. Tu não nasceu armado. Eu não nasci armado. Por que vou-me armar então?").

  • "(...) Pagaria com a própria vida. Seus bens. Confiscados."

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Notas de Aula - Semana 2 - Dia 3º

Selton - Química:

  • Ouvindo sobre mentes brilhantes, críticas e o mundo e suas competições, acho que entendi uma coisa legal. Gostei da aula.


Titanic - História:
  • Porque os diálogos somos nós quem fazemos. Tudo se dá dentro da caixa craniana, não? A cor da tua roupa sou eu quem dou. Você escolheu. Tentou. Mas a palavra final, a tonalidade, é toda minha.

  • Agora me está bem claro. Prego o Bairrismo Universal.


Vadio - Literatura:
  • Falou que ia tratar do enredo do livro. Escapuli-me.

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Notas de Aula - Semana 2 - Dia 2º

Matos G. - Redação:

(Única aula que me rendeu uma, e ainda assim tímida, anotação.)

  • "Entre ti e ela." - Poesia.

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Notas de Aula - Semana 2 - Dia 1º

Leão - Matemática:

  • As armadilhas são muitas. Não sei se transcrevo o que ele acabou de dizer; não sei se conseguirei-me fundamentar sem páginas e páginas. Mas algo me sai: terrorismo funciona, porque o medo é real. Respeitemos o medo e procuremos saber sempre se o medo em questão é nosso ou do outro.


Tom - Matemática:
  • A Matemática é assim às vezes toda poética. A gente fixa o universo que quer.


Tomé - Biologia:
  • Planeta primitivo, 4.6 bilhões de anos, tempestades - Isso dá poesia.

  • O compromisso com verdades externas é um problema. Castra-nos, limita-nos, impede-nos de criar, de contestar, de propor absurdos que muito nos fazem sentido. Por vezes temos tantas das mais terríveis certezas que apostamos alto, juramos a Deus e ao Capeta e muito nos impacientamos com os que se fazem contrários, os que nos dizem errados. Num nada de tempo - o tempo sempre passou rápido quando já é hora - , irremediavelmente estupefatos, abobalhados, comprovamo-nos enganados. Permitir-se errar, os que o fazem são provas vivas de quem nem tudo está perdido.


Andes - Geografia:
  • "Tórrida" - a palavra sozinha já chama poesia.


Leitão - Física:

(Sem anotações.)

sábado, 9 de agosto de 2008

Notas de Aula - Semana 1 - Dia 5º

Brando - Orientador Pedagógico (O professor faltou):

  • "O que diferencia o quadro de 50 reais de um de 500 reais, de um de 500 mil reais? Um detalhe. Só um detalhe."

    Não quero me alongar muito. Dinheiro é lixo; deixou de ter poder de troca para ter poder de expeculação. Arte não tem preço; dar valor é um erro, há de dar-se sentido. Minha arte não é maior, melhor, mais cara que a tua. Nego toda insincera forma de competição.


Parker - Física:
  • "Deus fez o mundo de tal maneira que os átomos vieram a ter essa propriedade."

    Fantástico.


Landau - Química:
  • Discurso inicial com a entoada de sempre. Péssimas idéias com bons argumentos. Ótimas idéias com os mais errados dos motivos.

    (Podem achar que estou querendo ditar a verdade e sendo muito taxativo. Nada. Minhas premissas são a felicidade e a sinceridade. Zelo para que minha verdade prevaleça. Mas o mesmo vale para o outro. Sempre.)


Golias - História:
  • "Somos iguais."

    Boa. Muito embora tenha a cara de quem se adequou bem, sem muitos conflitos ou dores. É simples, uma boa pessoa, muito respeitoso. Outro aliado?

  • Esse cara vive o que diz. Ele se dá em cada palavra. Certamente, ele se permite. Eis-me um aliado.


Letalis - Química:
  • Idéias erradas, bons argumentos. Sem novidades.

  • Péssimas idéias, ótimos argumentos. Acabou de defender a quebra de certo paradigmas mas em prol de outros piores, que carregam o cerne intensificado dos primeiros. Troca de 6 por duas dúzias.

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Notas de Aula - Semana 1 - Dia 4º

Tai - Biologia:

  • Taxionomia muito me agrada. Revela o parentesco. A relação. Une.
  • A sala mudou. Primeiro foi a 105. Depois a 209. Agora é a 101.
  • Vou aprender latim.
  • Canis Sapiens Tartarulga Terrificus. Será o nome do meu cachorro. Acho que será um Dálmata de pintas caramelo. Ou pretas? Decidiremos em Assembléia Familiar.
  • Ler é decompor.
  • As algas foram plantas até antes de eu nascer.


Jojó - Geografia:
  • "Existe uma palavra frequente na nova ordem mundial que é 'Otimização'."

    Incrível. Essa palavra me fodeu por quanto tempo? O medo do desperdício. Ah, se ele complementasse esse discurso. Ajudaria tanta gente. Esses caras defendem boas idéias com argumentos incompletos, péssimas idéias com ótimos argumentos, idéias incompletas com bons argumentos, ótimas idéias com péssimos argumentos. Eu não cedo mais. Eu não vou me adaptar. O vestibular que se parta. Eu não vou me deixar partir.

  • Esse cara é um filho da puta muito sincero e seguro. Teremos boas conversas. Eis-me um aliado, acho.

  • Esse cara se permite. Eis-me um aliado.

  • "Corrida armamentista" - isso me lembra do Som, artesão amigo meu. Ele me disse algo como "Cara, não é todo mundo que vive nesse termo. Não é fácil viver no termo. Nessa proposta de arte. Eu decidi viver assim e assim eu estou. Eu acabaria sendo um psicopata, um ignorante se eu cedesse ao que me pediam. Mas não. Pode mostrar todo teu poder bélico. Eu não quero. Ninguém nasce armado. Tu não nasceu armado. Eu não nasci armado. Por que vou-me armar, então? Vou vivendo no meu termo, vivendo minha arte."

    Sim, Som é um artesão que taxamos de "hippie", que confundimos com mendigos, com marginais, dos quais temos medo, aos quais não damos atenção e contra os quais nos munimos de preconceitos. Digo "nós", mas já não me incluo aí. Conversem comigo, acompanhem-me à praia. Vejam-me fazendo uma compra, entrando numa loja. E permitam-se.


Carlton - Biologia:
  • "(...) pontes de Hidrogênio, que os químicos preferem chamar de interações, ligações de hidrogênio. Mas para mim tanto faz, eu não sou químico. " - isso dito com um sorriso de escárnio/ironia no rosto.

    Rótulos, competição, caixinhas, pouca sinceridade. Ê lai-á.


Damião - Matemática:

(Não assisti a essa aula. Estive só de corpo presente. Fiquei a ler.)



Daniel - Física:
  • O mundo carece de... não ouso completar a frase.


Pontes - História:
  • Engraçado que taxamos de imperfeições absurdas as mazelas do passado e teimamos em não nos permitir enxergar as contradições atuais. Muito se reclama da escravidão, do mercantilismo, da exploração colonial, dos desrepeitosos preconceitos que se impregnavam à sociedade. Mas, uma pergunta que descabida e fora de propósito parece, faço: quando o pedinte - criança, jovem, adulto, idoso; aleijado ou são - pede-lhe esmola, o que respondes? Quais as exatas palavras? Por que elas? Sabes? Percebes? Olha-o nos olhos enquanto fala? Olha-o ao menos? O que o pedinte é para você?

  • Tenho medo dos profissionais que seremos no futuro. Digo "nós", mas já não me incluo aí. E não me incluo não por acreditar ou ter a garantia de que serei um excelente, íntegro, responsável, ético, rentável, justo profissional. Mas, sim, pela certeza plena de que não o serei. Mais que isso, sequer "profissional" serei. O vestibular que pretendo prestar, o curso no qual pretendo estudar, o diploma que almejo são apenas o meu leve "ceder" às imposições mercadológicas. É uma consessão, para que não rompa de vez com todos os paradigmas, taxem-me de louco e passe a viver como meu amigo Som.

    "Mas louco é quem me diz e não é feliz."

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Notas de Aula - Semana 1 - Dia 3º

Perdi a 1ª aula.



Vadio - Literatura:

  • "Certezas e Contra-Certezas" - Doeu. Estou atrás da porta ainda.

  • Aula sobre livros que não li. Estou com medo de que me arranque o prazer da descoberta, do desvendar do inusitado, da correlação dos nada's-a-ver'es, de atar os nós desfeitos, de desamarrar a obviedade. Do desentortar das entrelinhas para entortá-las ainda mais.


Titanic - História:

  • Numismática: "Un Nuevo Sol" que carrego no pescoço.

  • "Narrativa circular; eterno retorno; ação do Deuses."

    A poesia prevalece. E eu atrás da porta a esperar. A fazer versos. Nada de errado nisso. Em verdade, não doi. Ou não percebo a dor. Não sei.

  • "Quanto mais evoluimos no aspecto tecnológico, mais involuimos nas relações e questões humanas."

    Deveras. Robotizamo-nos.

  • Larguei mão do meu positivismo, meu exatismo. Rei'naugurei-me. A festa se deu recentemente. Levo-os debaixo do braço ainda, é verdade. Mas no aro que faço com os dedos, sopro bolhas de poesia. Por poesia entenda tudo. E tudo é uma coisa só.

  • Sou uma criança de rebeldia fundamentada. Peço desculpas, Niemeyer, Nietzsche, Vinícius, Sartre, e agora vocês, Marx e Engels.

  • "Luta de Classes" - isso me lembra um comentário de um amigo que muito me envaideceu; e me lembra um passarinho que por instantes voou lado a lado com o carro que dirigia, quando passeava com minha mãe pela avenida da praia. Em ambas situações soube consertar o pensamento que se me deu. Ainda bem.


Ledger - Matemática:

  • Acho que o problema nunca é com o professor. Aquele que está ali a frente a trabalhar, com a cara amostra ao tapa, expondo-se. O problema sempre é da aptidão dos que estão a assimilar o que é passado ou não. Ou não.

  • "Explementar" - esse eu não conhecia. Lembra-me "explanar", que remete a "plano", embora não em significado. Ou sim? Tornar plano, planificar, desfazer as curvas, desentortar entrelinhas. Tornar mais entendível. Deve haver uma bonita analogia que a etimologia explica.

  • Não sei se pelo microfone apoiado no batente do quadro ou se pela impostação de sua voz... pronto, percebo, é o microfone.


Leea - Literatura:
  • Ando enxergando demais. Tenho que tomar cuidado. Minha verdade há de prevalecer sempre. Zelo por isso. Mas o mesmo há de valer para a verdade do outro.

  • Uma obra minha há de ter eu mesmo como narrador ainda. Um romance inteiro. Sem filtros. Eu ali. Loucura. Escrever é permear-se, fazer-se de filtro. Como poderei eu... ? Tentarei.

  • "Avalassad...". Bobagem. Não só eu percebi. Houve um burburinho.

  • Aula sobre livros que não li. Ei de escapar.

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Notas de aula - Semana 1 - Dia 2º

Cocada - Biologia:

  • Tendilhões e o néctar da flor de cactus. Isso dá Poesia.
  • O homúnculo que fui, Adão, Caim e Abel. Poesia.
  • Cortes e menarca. Idem.


Rutherford - Física:

  • Tenho-me lembrado bastante de um professor de Biologia que muito pregava o abolir das "caixinhas" nas quais se dividiam as informações nas nossas cabeças. Louvável. Mas isso ele pregava. A aula dada continuava a ser de Biologia.


Matos G. - Redação:
  • Deveriam escrever os que são de escrever. Desenhar quem é de desenhar. Dançar aqueles que dançam. Cantar os que cantam. Encenar, tocar, recitar, jogar, tramar, sorrir, tossir, fugir, correr, andar, beber, comer, o diabo que for, aqueles que se propuserem. Sem restrição quanto ao número de linhas.


Omar - Gramática:
  • "Cristo não foi um homem sábio. Cristo foi a própria sabedoria. Sem preciosismos, e justamente por isso, ocultou do sábio para revelar ao pobre, ao simples."


Alexandre - Matemática:
  • Fala apressada. Diz não ter tempo a perder. Mais um que bem reproduz, mas pouco zela por fazer brotar, criar. Nada digo de suas habilidades como professor - é muito bom no que se propõe a fazer e da maneira que lhe é pedido fazer. Mas me pergunto se teremos boas conversas.

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Notas de Aula - Semana 1 - Dia 1º

(Ler post "Novos Horizontes" antes)

Leão - Matemática:

  • Há de se tomar cuidado para não confundir o bizu com o método em si. O bizu é uma nova roupa, mais fácil de tirar. O nu ao fim é o mesmo. Mas quem disse que o gozo é que basta? O percurso vale mais. Mais e tanto quanto o fim.

  • "Ir ao encontro do primeiro contato."


Tom - Matemática:

  • Bom sinal que é encontrar dinheiro em roupas limpas. Dinheiro é lixo. Mas o papel de que é feito é feito de papel. E venceu um tremenda batalha contra uma lavagem ou duas.

  • "Lógica" é uma palavra que não tem significado. Ia escrever "vazia de significado" mas não. Os dicionários não deveriam traduzi-la.

  • "Sempre depois de Domingo vem uma Segunda." - eu não me arriscaria.

  • "Não tem sol nem solução." D'ou'tro sentido: "(se) Não tem sol, não tem solução."

  • "Eu tenho quantas bolas? Cicoenta-e-duas."

  • Na prática, precisão arbitrária não há. Desenhar um quadrado, um quadrado mesmo, levaria uma eternidade. Medidas e retoques.


Tomé - Biologia:

  • "Origem da vida - um tópico imutável."

    Vou balançar esse alicerce. Afinal, para onde vão os pombos quando os pombos morrem?, perguntou-me alguém.

  • "A curiosidade é o despertar para o conhecimento."

    Buscar porquês é manter-se acordado.

  • O problema do estudo como atividade compulsória é que se taxa o saber de inteligência e o não-saber de ignorância. Castra-se a dúvida sincera. Ri-se do tolo, o burro. Almeja-se o sucesso sem sentido das palmas não sinceras e da nota boa que nada de real conhecimento traduz.

  • Estou a ouvir histórias em versões que já ouvi. Mudam-se as palavras, uns gracejos, uma coisinha ou outra. Mas nada se acrescentou. Há espontaniedade na reprodução - e é sincero meu riso - , não na criação. Saudades das aulas de Juarez Leitão e Carlos Augusto Viana.

  • Professor deu um leve alfinetar em Jesus. Encontrei um cético, racionalíssimo. Um era-eu. Teremos boas conversas.

  • "cortantes" como substantivo. Expressivo.

  • Mal de San Lazaro. Lepra.

  • Pescoço de cisne/ganso/pato/flamingo/pelicano/urubu. Pronto. Escolhi. Louis Pasteur e o experimento do pescoço de Urubu.


Andes - Geografia:

  • Assisti a uma aula dele há uns anos. Só uma. Conheci-o com uma aspecto mais agradável. Nada digo da beleza. Olhos fundos demais agora. Só isso.

  • Algo amarrado ao pulso direito dele me diz que não somos muito diferentes. Talvez ele se leve a sério demais. Teremos boas conversas.

  • Rosa dos Ventos cheira a poesia.

  • 23-56-56-24-7-365-48-48.

  • Solstícios e Equinócios. Por que não estou surpreso? Setembro tem solstício - não equinócio, agora sei -, quando os hemisférios recebem calor com intensidade diferentes. Da próxima vez vou consultar meu mapa astral com mais cautela.

  • Xi... Levantei a vista agora. O desenho no quadro diz-me o contrário. Setembro tem equinócio... mas...

  • Trópico de Capricórnio corta São Paulo. São Paulo corta muita gente. Acho que é um revide. Mas perdoo-te, ési-pê. Deixaste-me boas marcas. Voltarei para revivê-las. Reavivá-las. Sempre.


Leitão - Física:

  • "Independência é um dos princípios."

    Assim, fora de contexto, sem mais explicações, fica bem melhor. Nem parece de uma aula de Física.

  • Há quem faça uma celeuma por ter de decorar as cores do arco-íris. Antes ter na memória as regras e convenções determinadas pela natureza - das quais não se pode escapar - que os absurdos e contradições que inventam os homens, contra os quais se deve lutar.

  • Quantos Rio's no Brasil. Isso dá poesia.

  • "A rosa não tem luz própria."

    Vou balançar esse alicerce...

De dentro para fora

(Ler post "Novos Horizontes" antes)

Quais as lentes que usas? Com um olhar fotográfico, tudo vira quadro. Hoje uso as lentes da poesia que há em mim. Permito-me-êu ser-me-êu, mudo-me-êu quando quero-me e sempre que falo-êu. E está-àqui dito-ísso.

êu-sou-Eu. soul-que-Sou.

Novos Horizontes

A partir de agora, postagens diárias. Uma, no mínimo. Minhas super-férias acabaram (8 meses voam quando a gente se diverte), voltei à labuta compulsória. Mas com outros olhos (post seguinte explica). Isso significa material, notinhas por todos os cantos, palavras soltas e pensamentos remendados a toda hora, todo instante. E eis que surge uma nova série: "Notas de Aula". Sim, a exemplo de "Investindo na Bolsa de Valores", registrarei aqui minhas anotações durante minhas aulas do curso intensivo que estou fazendo para o vestibular. Sempre na madrugada do dia seguinte surgem aqui as notas do dia. O que não for "Notas de Aula" é "Intervalo" até que eu me atreva a finalizar "Futebol".

O nome dos professores foram devidamente substituidos. Ao fim do curso, quem sabe?, revelo quem são e o porquê de cada apelido.

Inaugural ganha um irmão! "Inaugurálias em Verso" diz o subtítulo. Vai ser legal. O funcionar dele revelar-se-á aos poucos. Visitem-no ainda no berçário.

Mais dois outro projetos estão em processo de maturação. Ou são três. Quatro. Três. Nhá, sei lá. Só sei que quanto mais me ocupo, paradoxalmente, mais leio e mais escrevo. Isso é muito bom.

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Em que finalmente falo de Matemática

Trigonometria nada tem a ver com trigo. O mundo às vezes é injusto demais com quem quer ser sincero em dúvidas que muito fazem sentido. O duro é aguentar o riso dos que julgam inteligente ser ignorar a verdade dentro de si. Por verdade entenda dúvida. Por dúvida entenda querer saber, ser curioso. Por ser curioso entenda buscar a verdade. Por buscá-la entenda ela em si, pois num trajeto, nada vale tão somente o fim. Mais vale o percurso? Cautela. O percurso e o fim, uno, são só tudo no mundo. Dar valor é um erro. Há de dar-se sentido. Trigonometria nada tem a ver com trigo, mas bem poderia, não?

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Sim ou Não, Justifique

Você sabe ler? Por que você lê? Você lê? O que você lê? Para que você lê? Você lê Veja? Você lê IstoÉ? Você lê Época? Você lê o quê? Para que você lê? Você lê para se informar? Você se informa para quê? Você lê Playboy? Você Playboy? Você lê jornal? Para quê? Que jornal você lê? Que jornal você não lê? Por quê? Você lê piauí? Você lê Trip? Você lê Bravo! ? Para que você lê? Você lê porque se sente bem? Se sente maior? Se sente melhor? Para que isso? Você lê Caras? Você lê Quem? Você lê Contigo? Para que você lê? Você sabe o porquê? Você lê HQ? Que HQ você lê? Você lê Revistinhas da Turma da Mônica? Você lê HQ's de heróis da Marvel? Da DC? Image? Você lê manga? Você lê HQ pela trama, pela arte ilustrativa ou porque gosta de ler? Você lê literatura técnica? Há quanto tempo você não lê nada além de literatura técnica? Por que você lê literatura técnica? Você lê literatura? Você lê romances, crônicas, contos? Você lê poesia? Você lê poesia? Você lê poesia? Para ler poesia não é preciso porquê. Por quê? Você não lê nada disso? Sente-se afrontado por tão inquisitórios "por quê's"? Você não lê nada disso? Nada de errado nisso. Nada de errado nisso? Nada de errado nisso.

Você lê o Inaugural? Por que você lê o Inaugural? Por que você me lê? Para quê? Porque você me conhece? Porque você quer me conhecer? Para que você lê o Inaugural? E o Inaugural é para quê? É sobre o quê?

Você não tem que ler nada.

Você gosta de ler?

Você gosta mesmo de ler?

Você saber ler?

Você sabe mesmo ler?

Por que você lê?
Por que você não escreve?

Escreva.