quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

2.Constatação

Estávamos à procura do invísível. Estivemos. Ou estamos ainda? De novo divagaria se me embrenhasse por idéias essas do invisível e suas curvas e sua origem. Mas é válida e persistente a interrogativa - mesmo sem me querer perder por longos ramos de idéias outras, fazê-la exposta já desvia o curso do pensar: se não discorro sobre o trajeto, evidencio o brusco arco em cotovelo, donde, percebo, de novo divago. O corpo quieto muito faz executar a mente quando sentado à praia a ver o mar, ou à escrivaninha, praticando o interessante exercício de só sentir: enquanto aqui movem-se o dedos, lá moviam-se os olhos, e viamos: o agitar-se do mar, o fazer-se da onda, seu espatifar-esparramar-se, deixando ao vento o encargo de salpicar-nos com, sim, agora era sabido, gotículas do mar, e o recuo, para que tudo se desse novamente.

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