22/07/09
23/07/2009
Eu conto os dias como quero, é meu o diário. Continuidade à minha maneira, com intervalos; este Dia 3 não é o cheio de acontecimentos dia 24, em que... e não, cheio de acontecimentos foi o dia 23 e de novo agora se dá a pergunta, fatos ou idéias? Porque o que acontece se eu me esquecer desses tão bons acontecimentos, desses dias tão cheios?, gostaria que eles me definissem; gosto que eles me definam, porque, sim, eles me definem. Não que eu esteja a supervalorizar o registro, mas, se estou a registrar, que seja algo de muita valia. Quero lembrar disso, todas essas dúvidas mal remoídas e passageiras e incertas como minhas convicções? (O pior, sim, quero, e quero tudo. E acho lindo tudo isso querer e não poder, e não há nada de errado nisso. Estou muito contente. Estou de novo a admitir que belo é como é, porque é, e não há outra maneira que não a que se deu - porque sim, porque não - e sinto que nada mais que eu escrever fará algum sentido.)
Quando esqueço que escrevo por exercício, percebo que substituída é a pergunta por que escrever por para quem escrevo, e me vejo muito 'eu', com nome, personagem de situações; lugares que de fato existem, meu deus, há outros seres lá!, como dizê-lo? De maneira muito incerta falo por mim: muito me parece errado então falar aqui a voz que não me pertence, como se minha fosse a voz que aqui se faz. Um dia lerei tudo novamente e não sei: não mais saberei ler estes dias escritos, ou ao ler, novamente estarei a escrever? Novamente? (Alguém que não eu conseguiria dar forma, nova voz ao que escrevo? Pelo jeito, a pergunta sempre é "para quem".)
28/07/2009