_tive agora uma sensação que remete àlguma sensação que eu já... senti... antes.
_Não entendi.
_algo me lembrou uma coisa que eu sei já ter sentido. o nome é déjà vu, não quis usar um termo que o senhor não iria entender.
Olhos bem abertos:
_E eu estou sentindo como se estivesse na lua e quisesse ir para Marte. Mas eu não vou. Eu não vou. É muito longe.
Levanta-se e sai.
sábado, 13 de dezembro de 2008
sexta-feira, 12 de dezembro de 2008
Mimética Urbano-Moderna
Noite dessas me deparei com o que seria uma cena fantástica: sete coelhos na calçada.
Dirigia sozinho num trânsito de início de noite onde tudo era luz de postes e faróis. Nalguma hora daquelas que a fila não andou foi que os vi. Não acreditei. Todos lá, alvinhos. Pareciam querer atravessar a rua.
Coelha-mamãe à frente e seus seis filhotes pequenos. Bolotas brancas de uma brancura nada vermelha em meio a tantas luzes vinho-rubro-enegrecidas: eram-me o repouso dos olhos e do espírito. Deus queira eles ainda estarem lá quando eu passar.
Deus quis e não quis.
O mundo não poderia estar assim tão mudado. A vida dá limões aos montes quando se quer gotas de mel. Não ia ser dessa vez diferente.
Os ventos movem-lhes as orelhinhas, que na verdade são alças. Sem mais arrodeios, meus coelhos estão podres por dentro como minha cidade está podre por fora; o olhar cansado de um motorista míope não haveria de encontrar nada além de uma sempre azeda confusão de formas e cores. Bem intencionado que fosse. Eram sete sacos de lixo.